BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
O PMDB ensaia nova rebelião contra o governo por causa da prisão do ex-deputado Colbert Martins (PMDB-BA) na Operação Voucher.
A insatisfação é endossada pelo vice-presidente Michel Temer, que fez queixas à presidente Dilma Rousseff e ligou para o aliado no sábado, após ele deixar a cadeia.
Temer diz que não há provas do envolvimento do peemedebista em fraudes no Ministério do Turismo e que a ação da Polícia Federal causou danos à imagem da sigla.
O episódio pode ser usado como justificativa para retaliação ao Planalto no Congresso, onde o partido já reclama da baixa liberação de emendas parlamentares.
Embora o ministro Pedro Novais (Turismo) pertença ao PMDB, a legenda culpa seus dois antecessores petistas, Marta Suplicy e Luiz Barretto, pelo suposto esquema de fraudes na pasta.
A sigla diz que Colbert assumiu cargo no ministério em abril, quando a PF já investigava os desvios, e seguiu parecer técnico ao destinar verbas à ONG Ibrasi, suspeita de fraude no Amapá.
"Colbert é o maior injustiçado desta história", diz o ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA), ligado ao ex-deputado.
O vazamento da foto de Colbert na cadeia, sem camisa, acirrou os ânimos na sigla contra o governo e a PF. O PMDB promoverá dois atos de desagravo a ele: hoje, na Bahia, amanhã, em Brasília.
O líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), reunirá os deputados em protesto ao "tratamento absurdo de que Colbert foi vítima". "Mas a insatisfação da bancada é com o tratamento político, a retenção de emendas", diz.
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse a peemedebistas que não sabia da ação contra Colbert. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), diz que as emendas voltarão a ser liberadas esta semana.
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