Após denúncias de corrupção, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, do PMDB, pediu demissão nesta quarta-feira, tornando-se o quarto ministro a deixar o governo da presidente Dilma Rousseff em menos de três meses - ou 72 dias, desde a saída de Antonio Palocci.
Ainda nesta semana, a revista Veja trouxe mais denúncias contra o ministro, inclusive uma suposta cobrança de propina no valor de R$ 2 milhões, em uma licitação.
As suspeitas vieram à tona depois que o ex-presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Oscar Jucá, disser haver "bandidos" no ministério, sugerindo que Rossi tinha conhecimento de atos ilícitos na pasta.
Jucá, que é irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), deixou a Conab também sob suspeitas.
Rossi diz, em sua carta de demissão, que respondeu "a cada acusação" com documentos comprovando a sua inocência. No entanto, segundo ele, a imprensa "solenemente ignorou" as supostas comprovações.
Indicado pelo vice-presidente Michel Temer, também do PMDB, Rossi disse ter desistido de sua "luta estóica mas inglória contra forças muito maiores" por pressão da família.
Outras demissões
O ministro-chefe da Casa Civil e principal articulador político de Dilma, Antonio Palocci, foi o primeiro a deixar o governo, em junho deste ano, após a revelação de que seu patrimônio multiplicou-se por 20 enquanto exerceu mandato de deputado federal, entre 2007 e 2010.
Depois de Palocci, Alfredo Nascimento, titular dos Transportes, foi substituído, assim como quase toda a cúpula do ministério, em meio a denúncias sobre um suposto esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por construtoras e consultorias dentro da pasta.
Após as demissões, o PR, partido de Nascimento, decidiu deixar a coalizão governista.
No início de agosto, foi a vez do ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), deixar o governo. Ele pediu demissão após a repercussão de uma reportagem da revista piauí, em que criticou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
@acert_ com BBC
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