"Vocês vão dizer: 'ela está louca ao estabelecer essa meta', mas não custa tentar". Com essas palavras a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) voltou a afirmar ontem, durante reunião da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe), em Natal, que pretende sanear 80% do Rio Grande do Norte e 58% da capital em quatro anos. Atualmente, Estado e município tem, respectivamente, 22% e 34% de área saneada. Para conseguir a meta desejada, o Governo terá que se dedicar a uma tarefa hercúlea que diz respeito a ultrapassar desde entraves burocráticos que dificultam a atuação de entidades de saneamento como a Companhia de Águas e Esgotos (Caern), até arcar com despesas de famílias extremamente pobres, que não tem condições de instalar e manter o pagamento das tarifas de água e esgoto com regularidade.
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Ainda assim a governadora se mostra otimista. Na abertura do evento, que reuniu representantes de companhias estaduais semelhantes à Caern dos 27 estados,ela brincou com as duas únicas mulheres presentes. "Vejo que saneamento é coisa de homem", disse. E fez às vezes de governante com pires na mão, ao se dirigir aos representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal e Ministério das Cidades. "Espero que vocês facilitem as coisas".
Como chefe do poder executivo estadual, a governadora sabe que para cumprir os 80% é preciso dinheiro. Muito dinheiro. Em parceria com o Governo Federal, o governo do estado espera ampliar a cobertura de saneamento investindo em torno de R$ 800 milhões (R$ 200 mi para águas e R$ 600 mi para a rede de esgotos). Atualmente estão sendo realizadas obras em Pium, Pirangi, João Câmara e Mossoró, que está trocando a tubulação antiga. Em Natal, a oferta de água para a Zona Norte deverá ser ampliada após a conclusão da adutora Rio Doce. Em junho, a estação de tratamento do Baldo (que custou R$ 21 milhões) começou a operar com 25% de sua capacidade. Hoje esse porcentual aumentou para 40%.
A estação do Baldo pode ser elencada como exemplo do primeiro entrave para o cumprimento da "meta louca" de Rosalba. Para aumentar sua capacidade e atender 21 bairros da capital, a Caern espera contar com a boa vontade dos moradores de três localidades: Mãe Luiza, Morro Branco e Nova Descoberta. Eles terão que fazer, por conta própria, ligações intradomiciliares, ou seja, da calçada ao interior das residências. Isso, obviamente, é possível, mas leva tempo e requer negociação. "Eles vão ser notificados agora em setembro", disse Walter Gasi, diretor-presidente da Caern. Depois de cumprida essa etapa, vai ser possível operar as interligações já existentes na rede subterrânea que desemboca na região do viaduto do Baldo, entre o Alecrim e a Cidade Alta, onde o esgoto é tratado e lançado no Rio Potengi.
@acert_ com o Diario de Natal
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