Bandidos supostamente ligados ao crime organizado atacaram na quinta-feira um cassino na cidade de Monterrey --capital do estado mexicano de Nuevo León--, provocando a morte de ao menos 53 pessoas.
Por volta das 15h50 locais (17h50 de Brasília), seis homens que saíram de dois veículos invadiram o Casino Royale, de dois andares, e, segundo versões de testemunhas, deram tiros e jogaram granadas, mas fontes oficiais indicam que os agressores não realizaram disparos e que o propósito do ataque era incendiar o local.
Os bandidos atearam fogo no cassino com um "líquido inflamável", aparentemente gasolina, o que provocou um incêndio, disse o governador do estado de Nuevo León, Rodrigo Medina.
Ele informou que, ao término da noite desta quinta-feira, o balanço de vítimas já registrava 53 mortos, mas advertiu que o número poderia aumentar porque as equipes de resgate continuariam trabalhando.
Efe | ||
Bombeiros trabalham para apagar incêndio criminoso em um cassino no México; ao menos 53 pessoas morreram |
O governador destacou que ainda poderia haver no local entre 15 e 20 outros corpos e acrescentou que as autoridades vão investigar por que as pessoas não conseguiram escapar pelas saídas de emergência.
O número de vítimas foi crescendo conforme avançava a tarde. Várias pessoas passaram a noite buscando informações sobre seus parentes no cassino. Ainda não há um número oficial de feridos, mas fontes extraoficiais indicam que são dez.
O governo federal qualificou este ataque como "um ato de terror e de barbárie" e garantiu que encontrará e castigará os responsáveis pelo incidente.
O secretário de governo (Interior), Francisco Blake, pretendia se deslocar ao cenário da tragédia, onde já se encontra o Exército. Nesta sexta-feira, o presidente mexicano, Felipe Calderón, terá uma reunião de emergência com seu Gabinete de Segurança para tomar medidas sobre este caso.
Com base em testemunhos, jornalistas disseram que havia mais de 100 pessoas no local, das quais muitas conseguiram escapar, outras correram para se esconder em banheiros e algumas tentaram fugir pelas saídas de emergência, mas aparentemente estavam bloqueadas.
Jorge Camacho Rincón, diretor de Defesa Civil do estado de Nuevo León, explicou à emissora Milenio Televisión que, quando começaram os tiros, as pessoas correram aos banheiros para se proteger, mas não sabiam que os bandidos ateariam fogo no local. Isso fez com que muitos morressem asfixiados pela fumaça.
Uma mulher contou à emissora que estava no local junto com seu marido, Eduardo Martínez, e que, ao ouvir os "estrondos", ela e muitas pessoas conseguiram escapar, mas não seu marido.
Ela relatou que, quando ficou a salvo, conseguiu falar com Eduardo pelo celular, que disse sentir falta de ar. Até a noite desta quinta-feira, a mulher não sabia o que havia acontecido com o marido e já o havia procurado por vários hospitais, sem encontrá-lo.
O governador Medina assinalou que, embora ainda falte confirmar as informações preliminares dos peritos, os agressores provavelmente jogaram "líquido inflamável" no cassino para impedir que as pessoas dentro fossem auxiliadas pelas equipes de emergência.
Por causa do enorme incêndio --nesse estabelecimento de dois andares--, os bombeiros e socorristas tiveram de romper as paredes com uma máquina retroescavadeira para resgatar sobreviventes e corpos.
Menos de 24 horas antes do incidente em Monterrey, outro cassino tinha sido atacado com uma granada na cidade de Saltillo, no estado mexicano de Coahuila.
O cassino atacado nesta quinta-feira é propriedade do Grupo Royale, que possui estabelecimentos nas cidades de Monterrey, Mazatlán, Los Cabos e Escobedo.
Inaugurado há três anos e meio, o cassino incendiado nesta noite possui dois andares: no primeiro, há um bingo com capacidade para 250 pessoas, máquinas caça-níqueis, roletas e apostas esportivas; no segundo, ficam as mesas de pôquer.
O presidente Calderón expressou "com profunda consternação" sua "solidariedade com Nuevo León e com as vítimas deste terrível ato de terror e de barbárie".
"Esses repudiáveis atos obrigam a todos nós a perseverar na luta contra esses grupos de criminosos sem escrúpulos. Todo o apoio a NL (Nuevo León)", acrescentou o líder, em mensagem enviada pelo microblog Twitter.
Boletins de jornais locais dizem que vários cassinos de Monterrey têm sido atacados --o último em maio passado-- porque seus donos têm se negado a pagar pelas extorsões, que são outra fonte de renda dos traficantes.
O Estado de Nuevo León é um dos cenários mais afetados pelas disputas entre traficantes, que, junto com operações das forças de segurança, deixaram mais de 41.000 mortos desde dezembro de 2006, quando o governo colocou o exército para combater o tráfico.
DA EFE
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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