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O quebra-cabeça da mobilidade

Natal irá gastar quase o dobro do valor orçado de sua Arena das Dunas (avaliada em R$ 400 milhões) para melhorar o trânsito e o transporte urbano até a Copa do Mundo de 2014. São pelo menos 23 grandes intervenções, que custarão aos cofres públicos R$ 758 milhões, divididos em grandes blocos de verbas, dentre as diretamente destinadas ao Mundial; retomada de projetos como o Pró-Transporte (Zona Norte); mudança de vias e reestruturação de grandes corredores - obras previstas no programa Mobilidade Grandes Cidades, da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2).

Os projetos são tão suntuosos quanto erguer o estádio potiguar para a Copa, no bairro de Lagoa Nova. Prevêem, de um lado, ligar o complexo hoteleiro da Via Costeira pela Avenida Engenheiro Roberto Freire até a BR-101, conectando-se à Arena das Dunas e, de lá, seguindo ao futuro Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana, passando pela Avenida Capitão-Mor Gouveia,BR-226, Complexo da Urbana e Ponte de Igapó. Outro conjunto de obras visa redimensionar as vias da Zona Norte e facilitar o acesso à capital pela Ponte Newton Navarro. E um outro bloco de projetos inclui facilitar os acessos ao novo aeroporto e desafogar a BR-101, estes últimos sob responsabilidade do Governo do Estado.

Parte das obras (ver quadro) está sob responsabilidade da prefeitura e outras competem ao Governo do Estado, mas a maior parte do dinheiro para o financiamento proverá do Governo Federal, por meio, por exemplo, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pela localização da Arena das Dunas e em decorrência dessas intervenções, o grande desafio é minimizar os transtornos que podem ser causados aos natalenses por causa das obras, que devem mudar o aspecto urbano da capital.

"Se todas elas forem feitas ao mesmo tempo, a cidade vira um caos. Os projetos terão que ser feitos observando por onde começar primeiro", avalia o professor Enilson Santos, do Departamento de EngenhariaCivil da UFRN, que montou um grupo de estudo do trânsito na capital.

As autoridades públicas garantem executá-las sem maiores prejuízos. "Nem todas as obras vão funcionar ao mesmo tempo", afirma Dâmocles Trinta, titular da Secretaria de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi). "Recebemos os projetos executivos, vamos encaminhá-los à Caixa Econômica Federal (CEF), e queremos ver todos os projetos para evitar transtornos maiores. Nossos projetos executivos do lote 2 serão entregues no dia 30 de agosto. Depois disso, temos que escolher quais obras vão ser iniciadas primeiro e quais vão ser feitas depois".

Temendo maiores transtornos, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) propõe como solução fazer as obras estudando alternativas. "Para todas essas obras obrigatoriamente terá que ser feito um desvio de tráfego. Com certeza teremos transtornos, mas nada inadministrável". A propósito, a Semob ainda pretende incluir mais uma obra não contemplada na debandada de melhorias previstas para a Copa 2014: a integração da Avenida Antônio Basílio com a BR-226, facilitando os acessos à Zona Norte e desafogando a Bernardo Vieira.

O secretário extraordinário para Assuntos Relativos à Copa 2014 (Secopa), Demétrio Torres, afirmou que as obras sob responsabilidade da gestão estadual devem interferir pouco no cotidiano do natalense.

"Na matriz de responsabilidades nossa atribuição é fazer os acessos ao futuro Aeroporto de São Gonçalo e o prolongamento da Prudente de Morais, que já está em andamento. As únicas que serão feitas dentro da cidade são as três intervenções previstas na Roberto Freire e a própria Arena das Dunas", disse.


@acert_ com o Diario de Natal

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