DANILA MOURA
DE SÃO PAULO
FREDERICO ANTONELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE SÃO PAULO
FREDERICO ANTONELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
De minissaia e decote generoso, Malu (os nomes são fictícios), 46, distribui sorrisos aos passantes. A roupa é usual para uma garota de programa na Augusta (centro de SP), mas, com o frio intenso, ela surpreendia os que a viam alegre em pouco pano.
Engana-se quem pensa que prostituta não sente frio. "Sente frio sim e muito", diz Jaqueline, 19, que há três anos faz ponto na região. Mas pior do que encarar a baixa temperatura, é enfrentar a falta de clientes.
Nos arredores da Augusta e da Indianópolis reclamam da falta de clientes nas ruas e dizem que precisam se adaptar para não ter prejuízo. "No frio a gente diminui o preço e aumenta o tempo do programa por merreca. É o jeito", diz Suzane, 27.
Na noite fria --a Folha percorreu a região por duas semanas--, Dalva, 30, amargava o prejuízo de três horas sem nenhum programa. "Cobro R$ 50, mas se a pessoa está com pouca grana, abaixo para R$ 30, R$ 40."
Para encarar o frio e não deixar de mostrar o corpo, elas têm seus truques. "Visto um monte de meias-calças cor da pele, não tem erro", diz Malu, 46.
Na Indianópolis, Patrícia, 35, mostrava as pernas sem meia-calça, cobertas por uma minissaia. O preço do programa, diz, não diminui. A justificativa para enfrentar o frio é uma só: "Meus filhos não deixam de sentir fome porque está frio".
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
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Garota de programa exibe-se para cliente na avenida Indianópolis, zona sul de São Paulo |
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